terça-feira, 5 de abril de 2011

Alexandre Kalil explica dispensas e avisa: 'Estamos corrigindo o rumo'

Presidente do Atlético-MG acatou pedido de Dorival Júnior - que já havia sido feito por Celso Roth e Vanderlei Luxemburgo - e demitiu Ricardinho e Zé Luís

FONTE: Por GLOBOESPORTE.COM Belo Horizonte

O presidente do Atlético-MG, Alexandre Kalil, deu uma concorrida entrevista na tarde desta segunda-feira na Cidade do Galo, local de treinamentos do time. O motivo da coletiva era para explicar as dispensas do meia Ricardinho e do volante Zé Luís, mas vários outros assuntos foram questionados, como a saída de jogadores importantes do elenco (Obina, Diego Tardelli, Diego Souza e Jobson), o baixo rendimento de Daniel Carvalho e, até mesmo, reeleição - a gestão da atual presidência termina no fim do ano.
Em relação às dispensas de Ricardinho e Zé Luís, Kalil disse que já havia sido um pedido dos técnicos Celso Roth e Vanderlei Luxemburgo, mas os dois treinadores teriam recuado na decisão e optaram por mantê-los no elenco. O que não aconteceu com Dorival Júnior, que foi contundente e solicitou que os dois não fizessem mais parte do grupo.
Kalil, no entanto, não apontou os dois dispensados como culpados pelo contestável futebol apresentado pelo time.
- Não tem bode expiatório, não tem culpado. Estamos corrigindo o rumo - disse.
Alexandre Kalil Atlético-MG (Foto: Ag. Estado) 
Alexandre Kalil concede longa entrevista no CT do Atlético-MG (Foto: Ag. Estado)

Confira os principais trechos da entrevista
‘Não tem bode expiatório’
- Com relação às dispensas, em primeiro lugar eles não são bodes expiatórios para o que está acontecendo no Galo. Estamos realizando uma correção de rota. O motivo da dispensa é hierarquia. O treinador notou que havia um problema e ele foi detectado há 35, 40 dias. E, neste tempo, foi feita uma observação sobre o que estava acontecendo. Então, se alguém me perguntasse, 'se tivesse ganho do Prudente estariam dispensados?' Sim. Decidimos na segunda-feira e não os dispensamos antes por causa do jogo.
- E não vou dizer o que eles falavam ou faziam. Acontece que o questionamento ao treinador quando não é feito diretamente a ele, soa muito mal. Quando se questiona o trabalho, os horários e as viagens, com terceiros, o técnico e o departamento de futebol não gostam. Às vezes, isso é feito com um pouco de maldade e basicamente foi isso que aconteceu. E na terceira pedida para que esses jogadores fossem dispensados, isso aconteceu.
Ordem e hierarquia
- Temos problemas. Não desta ordem, mas temos coisas com as quais não estamos satisfeitos. A presidência cobrou. O presidente não é enfeite, ele cobra. Eu cobrei do departamento de futebol e continuo cobrando. E se não chegar ao ponto ideal, que o Atlético-MG merece, não vou fazer outra coletiva não. Até 31 de dezembro vão andar as coisas como o burro aqui pensa. Até 31 de dezembro tem ordem e hierarquia.
Problema antigo
- Quanto aos profissionais, eles são ótimos, cumprem o horário, mas aqui temos preparador físico, treinador, e quem coloca horário é o técnico. Ele não pode ser questionado, o treinador acha que mina o trabalho. Todo trabalho que é minado, futuramente nós vamos pagar. Queria lembrar também que coisas aconteceram e eu busco explicações, como para as cinco derrotas seguidas (com o Celso Roth em 2009), no ano passado, com aquele time, quase ir para a Segunda Divisão. Três treinadores pediram a cabeça de jogadores, depois dois técnicos pediram a cabeça dos mesmos. Antes, os treinadores ameaçavam, mas não tiravam. Pediam e voltavam atrás. A primeira vez que um treinador pediu e disse ‘eu quero’ foi agora. Tanto Ricardinho quanto Zé Luís sabem que o Vanderlei (Luxemburgo) pediu a saída deles.
Culpa dividida
- Somos todos culpados, mas como não me vi com vontade de pegar meu boné e me demitir, e o treinador também tem prestígio e não quero demití-lo, preferi dispensar os jogadores, foi mais fácil. Mas esta minicrise que a imprensa quer transformar numa hecatombe dentro do Atlético-MG, vai ser tratada. Somos segundo, podemos chegar à liderança, então não tem crise. No Galo, no Flamengo e no Corinthians, qualquer coisa vira hecatombe. Perdemos dois jogos no ano, somos vice-líder, precisamos de uma vitória simples para passar na Copa do Brasil.
Novidades
- Vamos contratar, tivemos problema de venda e dispensa, estamos atentos e vendo o jeito de contratar e este é um assunto que morre aqui (dispensa de jogadores).
Contratações em excesso
- Acho que em três anos, contratar 60 jogadores, não é nada exorbitante, espetacular. São 20 por temporada. Você tem que ir contratando, acertando. São oportunidades que você tem. Futebol é uma tentativa. Tem time que contrata 100 por ano. O Atlético-MG manteve uma base, vendeu jogadores. Não tem contramão nenhuma. Contramão é não pagar salário, dirigente sair para a balada com jogador. Quem prestigia jogador ao invés de treinador está pagando conta até hoje. Essa é a explicação, não tem bode expiatório ou culpado, estamos corrigindo o rumo.
Debandada
- Esse negócio de ‘se’... Diego Souza seria titular, mas não foi. Zé Luís e Mancini também. De titulares, o Galo perdeu o Tardelli e o Ricardinho. O Guilherme (atacante) ainda não encostou o pé na bola, o Daniel Carvalho, o Mancini, também. Do mesmo jeito que valorizarmos o Diego Souza, temos que fazer este pessoal jogar e estamos atentos a isso.
Reação do grupo
- A reação foi muito boa. Quem conhece o futebol, sabe que sempre vem um, dois três jogadores, o capitão, o líder, falar pelos jogadores. Isso foi tratado entre o Dorival e os jogadores, e não houve nenhuma reação entre os jogadores.
Daniel Carvalho
- Eu mesmo tive uma conversa pessoal com o Daniel. É um jogador que vai ter que responder, vai ter de entrar no peso e jogar.
Ricardo Bueno e Diego Souza
- A respeito do Ricardo Bueno, ele veio do Oeste e está jogando pela primeira vez num time grande, porque o Oeste não é time. O Diego Souza não está jogando lá no Vasco não. Não está este espetáculo. Aqui a camisa pesa, ser presidente, jogador (no Galo), é mais difícil. Não é o caso do Diego Souza e do Ricardo Bueno, mas já vi jogadores que tinham que colocar a camisa e frauda. Até a lavadeira do Atlético-MG é diferente das outras.
Trabalho a curto ou longo prazo
Alexandre Kalil, presidente do Atlético-MG (Foto: Marco Antônio Astoni - Globoesporte.com) 
Alexandre Kalil relacionou o problema entre Zé Luís, Ricardinho e Dorival Júnior à hierarquia
- Ainda estamos muito no início da temporada. O contrato do Dorival foi longo, um ano e meio, me parece. Foi o que ele quis fazer. Tudo que tentamos foi uma sequência de coisas que não deram certo. Estávamos afundando para a Segunda Divisão. É o imponderável! A gente acha que em longo prazo é melhor, continuo achando e não mudei de opinião.
Reeleição
Não estou falando disso. O que eu disse é que até 31 dezembro a primeira parte está sendo bem feita.
Imponderável
- Não quis o que a torcida quis, foi o que eu quis, porque sou parte da torcida. Talvez tenha me enganado no tempo que o time precisa. Estamos estruturados, organizados. O futebol é feito de gente e tudo que é feito de gente entra o imponderável. O que é de fora das quatro linhas está organizado, estamos tentando organizar dentro do campo. Não tem frustração de ter feito o que fiz, acho que o trabalho foi feito e esta etapa vai ser lembrada, vai ser um marco. O Galo hoje é arrumado e vai ser difícil desarrumar.
Perdas
- Existe uma coisa que a gente tem que fazer. É colocar a cabeça no travesseiro e pensar que está fazendo a coisa certa. Não posso escutar coisas de um treinador e um diretor do nível do Maluf, e dar de bruços e ir para casa. Temos que pensar num consenso. Só falam no Obina, que não era do Atlético-MG. Diego Souza estava no banco e não era nem relacionado, estava insatisfeito, com razão. A única perda que o Atlético-MG teve foi a venda do Tardelli, foi lamentável, não tinha jeito. Esse foi um jogador que doeu no peito do atleticano. Vamos arrumar devagarzinho. Temos time, eles têm que jogar o que sabem: Daniel, Mancini, Guilherme... Berola está jogando o que sabe. Precisamos de um meia e de um volante. Agora, se nossos meias voltarem a jogar, nem de meia vamos precisar.

Muricy acerta salários com o Peixe e 'só não assina se faltar tinta na caneta'

Já há acordo financeiro entre clube e treinador. Falta definir, entre outras coisas, a formação da comissão. Anúncio deve ocorrer nesta terça-feira

FONTE: Por Adilson Barros Santos, SP

Muricy Ramalho Arena (Foto: Reprodução) 
Muricy Ramalho: acordo com o Santos está por
detalhes (Foto: Reprodução)
O presidente do Santos, Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro, afirmou que o acordo com o técnico Muricy Ramalho está costurado e que o anúncio oficial está bem próximo de ocorrer. O dirigente se reuniu com o treinador pela primeira vez nesta segunda-feira, no fim da tarde, no escritório do agente de Muricy, Márcio Rivellino. Já há acordo com relação à parte financeira - salários e premiações. Segundo o presidente santista, a formação da comissão técnica é um dos pontos que ainda não foram acertados. O treinador que levar para a Vila Belmiro um preparador físico de sua confiança e mais dois auxiliares.
- Está tudo costurado. O Muricy é uma pessoa agradável, correta e que tem tudo a ver com o Santos. Esperamos anunciar em, no máximo, 48 horas. Diria que Muricy é 95% nosso. Faltam pequenos detalhes que não devem atrapalhar o desfecho.
Em entrevista à Rádio Globo, Luis Alvaro foi ainda mais enfático, quando perguntado sobre o que falta para Muricy assinar o contrato:
- Só não assina se faltar tinta na caneta.
Segundo Luis Alvaro, mesmo se Muricy for contratado até quarta-feira, ele ainda não estará no banco contra o Colo Colo-CHI, nesta quarta-feira, pela Taça Libertadores.
- Seria muito prematuro. Na quarta, Marcelo Martelotte, que é um profissional em quem confiamos, vai dirigir o time.
A assessoria do treinador confirmou o encontro e disse que que faltam pequenos detalhes que serão decididos até o fim desta terça-feira.

Geninho desabafa e dá o recado: 'Isso não é despedida. É um adeus'

Magoado com diretoria, treinador diz que nunca mais volta e afirma que diretoria não pode mais contar com ele

FONTE: Por Luciano Balarotti Curitiba

Geninho (Foto: Ag. Estado) 
Geninho: "Não contem mais comigo no Atlético-PR"
(Foto: Ag. Estado)
O Atlético-PR é pagina virada na carreira do técnico Geninho. Magoado com a decisão da diretoria do Furacão de demiti-lo, apesar da boa campanha que vinha fazendo, o ex-treinador afirma que não volta mais ao clube e define este período como o último. Para Geninho, esta segunda-feira, é um adeus ao Atlético-PR.
- Minha passagem pelo Atlético encerrou-se. Então isto não é uma despedida, é um adeus. Se o Atlético precisar de mim um dia, quiser me trazer de volta, quero deixar bem claro que não conte comigo. Guardo boas lembranças do Atlético, inclusive a da minha maior conquista, o título brasileiro, que consegui aqui. Eu gosto do Atlético, gosto de Curitiba, mas tem uma hora que você tem que dar um basta. Vou continuar torcendo, mas como profissional, nunca mais volto.
Se o Atlético precisar de mim um dia, quero deixar bem claro que não conte comigo"
Geninho
Geninho não escondeu certa mágoa com o presidente Marcos Malucelli, que foi quem tomou a decisão, mas viajou para a Europa na véspera do jogo, deixando a seus subordinados a tarefa de demitir o técnico. A  comunicação de sua demissão foi feita pelo supervisor de futebol Ocimar Bolicenho e pelo diretor de futebol Valmor Zimermann, após a vitória por 3 a 2 no clássico com o Paraná Clube,
- Fui comunicado ontem (domingo) após o jogo, que a diretoria havia decidido pela minha demissão. Saio magoado com algumas pessoas que ajudei quando precisaram de minha ajuda e que agora não tiveram o mesmo comportamento em relação a mim. Pessoas que te tratam de um jeito e começam a te tratar de outro.
Visivelmente emocionado e chateado, Geninho não questiona a decisão, mas a forma como ela foi conduzida. Ele reclamou da falta de transparência das decisões da diretoria e se queixou de saber que, mesmo definida a sua saída antes do jogo, ele somente foi comunicado depois da vitória.
- Acho que as coisas tinham que ser mais claras. Eu conversei com o presidente no sábado e ele não me falou nada. Eu fui para o jogo já com a minha demissão certa e soube depois que outros profissionais já tinham sido contatados pela diretoria. E essa não é a forma certa de você proceder. No futebol eu já vi tantas coisas que nada mais me surpreende. Estou saindo com a consciência bem tranquila.
Ainda sem planos para o futuro, Geninho afirma que não pensa mais em disputar estaduais fora do eixo Rio-São Paulo, e que passará os próximos dias na capital, passeando com familiares que não conhecem as atrações turísticas da cidade. Período que utilizará para descansar dos dias de trabalho puxado que teve nesta breve passagem, a terceira da carreira, pelo Furacão.
Eu fui para o jogo já com a minha demissão certa e soube depois que outros profissionais já tinham sido contatados"
Geninho
- Vim para assumir um time muito cobrado, um pouco desarrumado, e conseguimos fazer uma boa campanha. Os números não podem ser contestados. Foram 40 dias de trabalho, dez jogos, oito vitórias, um empate e uma derrota, com 83% de aproveitamento. A única equipe do Brasil com um aproveitamento melhor do que este é o Coritiba. Então eu saio consciente de que fiz o meu trabalho, e que ele foi bom.
O técnico ainda lembrou de suas outras passagens pelo clube e das dificuldades que passou junto com o Atlético-PR mesmo quando foi campeão brasileiro em 2008. Mas o tome de Geninho é realmente de adeus e demonstra que não há mais empatia com o clube.
- Foi assim em 2008 quando eu coloquei a cara para bater quando todos os analistas davam 90% de chances de rebaixamento e ajudei o Atlético a escapar da queda. E consegui ser campeão paranaense depois de três anos.  Sei que nunca fui unanimidade aqui. Talvez se eu não tivesse vindo em 2008, hoje eu seria uma unanimidade, e talvez o Atlético estivesse aí curtindo uma segunda divisão.
Adilson Batista é o substituto quase certo de Geninho. O supervisor do clube, Ocimar Bolicenho, afirmou que clube e treinador chegaram a um acordo, que falta apenas ser oficializado. O que deve ocorrer nesta terça.

Nenhum comentário:

Postar um comentário