Luxa se defende por mudanças: ‘Se não mexesse, diriam que sou omisso’
Técnico justifica as trocas constantes e diz que não tem o time ideal. Lateral esquerda e ataque são as posições que mais mudaram
O torcedor do Flamengo até sabe qual é a base do time desta temporada, mas cada partida reserva uma surpresa. Seja por necessidade ou opção, Vanderlei Luxemburgo tem feito mudanças constantes na equipe que disputa o Carioca e a Copa do Brasil. O treinador usou 31 jogadores até agora. A troca de peças se concentra na lateral esquerda e no ataque, setores mais carentes do time. Quem entra não sabe por quanto tempo vai ficar. Quem sai não sabe se volta. Luxa se justifica.
Luxemburgo ainda procura o time ideal do Flamengo (Foto: ArteEsporte)- Dizem que mexo muito na equipe. Se não mexesse, diriam que sou omisso. Eu não jogo, dou oportunidade aos atletas. Se tivesse a equipe pronta, não mexeria. Só estou mexendo porque ainda não encontrei a equipe ideal.
Na lateral esquerda, Egídio foi quem mais teve oportunidades. Das 20 partidas oficiais na temporada, o camisa 6 jogou 13. Só não foi titular em duas. Opção mais recente do técnico na posição, Rodrigo Alvim esteve em campo cinco vezes, quatro delas como titular.
Tamanha necessidade fez Luxemburgo improvisar um zagueiro e um meia na esquerda. Ronaldo Angelim jogou três vezes como titular da lateral, enquanto Renato preencheu o “buraco” em duas oportunidades, a última delas nos 45 minutos iniciais do empate por 1 a 1 com o Horizonte-CE, pela Copa do Brasil, na quarta-feira passada.
- Coloquei o Renato ali, mas não foi sem saber. Não foi improvisação. Fiz analisando o adversário, tentando sair mais forte na jogada ofensiva. Vi que eles estavam fechados – explicou Luxa, após o jogo.
A mutação também acomete o ataque. Deivid sempre foi a primeira opção do treinador. Das 14 vezes em que esteve em campo, 11 foram como titular. Os cinco gols dão ao camisa 9 o posto de vice-artilheiro da equipe no ano, mas não o sustentam na equipe. As vaias da torcida são constantes, e o jogador reconhece que falta confiança.
- Coloco o Deivid e a torcida fica no pé. Aí tenho que preservar o Deivid. Coloquei o Wanderley, teve o Negueba... – lembrou o técnico.
| Jogador | Jogos | Titular |
|---|---|---|
| Egídio | 13 | 11 |
| R. Alvim | 5 | 4 |
| Deivid | 14 | 11 |
| Wanderley | 12 | 5 |
| Negueba | 9 | 3 |
| D. Maurício | 10 | 0 |
Wanderley tem 12 participações na temporada, cinco delas como titular. O desempenho supera o de Deivid. Ele fez seis gols em 2011 e é o artilheiro da equipe ao lado de Thiago Neves.
Negueba teve chance de começar três das nove partidas que disputou. Até então, só Diego Maurício não foi escalado desde o princípio. Até Ronaldinho, que é armador, virou atacante algumas vezes, como na final da Taça Guanabara, contra o Boavista.
Neste domingo, no Fla-Flu da semifinal da Taça Rio, novas mudanças. Uma delas por lesão. O volante Maldonado machucou novamente o joelho esquerdo, será operado na terça-feira e ficará pelo menos seis meses fora. Fernando assume a vaga, por enquanto. Rodrigo Alvim terá nova chance na esquerda, e Renato volta a jogar no meio-campo. Titular no meio de semana, Negueba volta ao banco, enquanto Wanderley será mantido como único homem de frente. A escalação: Felipe, Léo Moura, Welinton, David e Rodrigo Alvim; Willians, Fernando, Renato e Thiago Neves; Ronaldinho e Wanderley.
Depois de reconhecer que o time caiu de rendimento nas “três ou quatro últimas partidas”, Luxemburgo demonstra otimismo.
- Estamos aqui trabalhando. É isso que me faz acreditar. Não resta dúvida de que a coisa vai voltar a acontecer.
A concentração dos jogadores para o clássico começa na noite desta sexta-feira. Na tarde deste sábado, o grupo fará o último treino antes do jogo decisivo.
Falcão deixa em aberto quem será o substituto de D’Alessandro
Oscar treinou bem e virou opção, mas Zé Roberto deve iniciar a partida
Falcão tem opção de colorcar Kleber no meio deSomente uma dúvida. Após o treino da manhã desta sexta-feira, o técnico Paulo Roberto Falcão manteve o mistério em relação a quem será o substituto de D'Alessandro, suspenso pelo terceiro cartão amarelo. Oscar voltou a trabalhar com bola e será relacionado. No entanto, a maior probabilidade é a entrada de Zé Roberto na vaga.
– Minha dúvida é quem irá substituir o D'Alessandro – resumiu.
Falcão ainda é cauteloso com Oscar. O jogador se recupera de um inchaço no tornozelo direito – resultado de um mau jeito na partida contra o Canoas.
– O Oscar está voltando. É o primeiro treino que ele fez mais empenhado. Praticamente estava parado 14 dias. Trabalhou bem e está relacionado. Vamos definir em Caxias quem vai jogar – explicou.
Outra opção testada pelo treinador foi a entrada de Kleber no meio-campo pela esquerda.
– Pode ser (que o Kleber seja utilizado no meio). Pode começar, assim como o Zé ou Oscar. Não tenho preocupação em relação a quem vai jogar. Várias situações foram treinadas – complementou.
A tendência é a de que Oscar seja utilizado em uma parte da partida contra o Juventude, às 16h deste domingo. No entanto, o time deve iniciar com: Renan; Nei, Bolívar, Rodrigo e Kleber; Guiñazu, Bolatti, Andrezinho e Zé Roberto; Rafael Sobis e Leandro Damião.
Juliana e Larissa superam as temidas Walsh e May e conquistam o título
Em jogo emocionante, dupla brasileira derrota as bicampeãs olímpicas no terceiro set e vence etapa de Brasília do Circuito Mundial de Vôlei de Praia
Do outro lado da quadra, estavam as temidas bicampeãs olímpicas de vôlei de praia, Walsh e May, de volta a uma competição oficial depois de quase três anos. Mas Juliana e Larissa comprovaram que são as melhores do mundo na atualidade e conquistaram pela terceira vez a etapa de Brasília do Circuito Mundial, a primeira da temporada 2011. Em partida emocionante, as pentacampeãs do circuito superaram o forte calor desta sexta na capital federal, venceram por 2 sets a 1, com parciais de 21/16, 15/21 e 15/12, e fizeram a festa da torcida verde-amarela, que lotou a arena montada na Esplanada dos Ministérios. (Confira os melhores momentos da final no vídeo ao lado)
Antes da final, Juliana havia dito que a dupla americana iria forçar o jogo em cima dela. E foi o que aconteceu no início da partida. Mas a parceria brasileira estava concentrada e respondeu com bons ataques no fundo de quadra. Com o jogo equilibrado, as duplas se alternavam no placar e Larissa se desdobrava para segurar as investidas da gigante Walsh, de 1,92m. Com um lindo bloqueio de Juliana, o time brasileiro abriu 10 a 8 e levantou a torcida na arena.
Juliana e Larissa comemoram a vitória na etapa de Brasília (Foto: Alfredo Bokel / Globoesporte.com)Em vantagem no placar, a dupla brasileira passou a forçar o saque curto em cima de May, que sofria com o forte calor. E a tática deu certo. Após erro infantil na defesa, a bola veio de graça para mais um ponto de Larissa: 14 a 11. Empurrada pela torcida, Juliana e Larissa seguiram abrindo vantagem. Com uma linda cortada na diagonal, Larissa garantiu a vitória no primeiro set: 21 a 16.
No segundo set, embaladas pela vitória no período anterior, as brasileiras começaram na frente. Com uma largada curta, Juliana abriu 5 a 3. A dupla americana equilibrou as ações usando o forte bloqueio de Walsh e forçando o saque em cima de Larissa. A virada deixou o time verde-amarelo desconcentrado e, após alguns vacilos, as brasileiras deixaram as rivais abrirem boa vantagem no placar. No ponto final, Walsh selou a vitória com outro bloqueio: 21 a 15.
Orgulhosas, Juliana e Larissa exibem as suasO Brasil começou o terceiro set em vantagem, com bela cortada na diagonal. O time americano voltou sem a mesma precisão do segundo set e passou a cometer erros no ataque. Recuando no bloqueio, Juliana ajudava Larissa a defender e a dupla passou a armar boas jogadas. Após rali emocionante, Juliana deu uma largada perto da rede e fez 9 a 6.
Com as bicampeãs olímpicas em quadra, nenhum jogo está perdido. Walsh e May voltaram a forçar o jogo em cima de Larrisa, empataram o set: em 12 a 12 e calaram a torcida brasileira. Mas Juliana e Larissa colocaram os nervos no lugar, fizeram dois pontos e fecharam a partida com uma nova bola curta. Título, abraço emocionado em quadra e muita festa com a torcida.
- Estava bem quente, mas não iríamos desistir nunca. Lutamos até o final. São oito anos de parceria, sabemos que existe um desgaste natural, mas nessas horas decisivas o que conta mesmo é o entrosamento - disse Larissa, ao final da partida.
A vitória brasileira na decisão interrompeu uma série invicta de 80 partidas das americanas no Circuito Mundial. Foi o quinto triunfo das brasileiras (quarto no Circuito Mundial) sobre as rivais, que venceram outras 12 partidas contra Juliana e Larissa.
Com a conquista, Juliana e Larissa largam na frente na corrida pela classificação aos Jogos Olímpicos de Londres, com 600 pontos no ranking mundial. O período de classificação se estenderá até o dia 17 de junho de 2012.
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